Esse cartaz foi pensado por mim no Ateliê-Ajuri da Casa Vituká, em uma mini-residência sobre arte e mudanças climáticas que participei ontem, com a orientação dos artistas Gustavo Caboco e Ruth Albernaz. Foi muito especial pensar arte como um conjunto de ações para mudar o nosso estado (e o mundo). Sou grata pelo aprendizado, acolhimento e troca.

Para o cartaz, trouxe elementos que eu já trabalho, como o feminino e o pintado (peixe ícone matogrossense). Enquanto cuiabana, sou constantemente impactada pela secas das nascentes e pelas queimadas e sua fumaça, então o tema veio naturalmente. De agosto até outubro os céus cuiabanos não tem sol, só a fumaça que tudo cobre. Enquanto as queimadas consomem Cuiabá e todo Mato Grosso, os rios secam, cada ano mais e mais. Um processo de riochora/chamadança. O lamento da água e a festança do fogo.

O cartaz foi colado em paredes do Centro, região central de Cuiabá, capital de Mato Grosso.

"Ajuri é um termo utilizado por populações indígenas em Roraima para ações comunitárias de plantio, um mutirão de preparo da roça para criar as condições ideais para a semeadura."